Herói de si mesmo
Ei, quer ver uma coisa curiosa?
Pra escrever o texto dessa semana eu decidi pedir a participação do público.
Sendo assim, fui lá no meu Instagram e perguntei sobre que tema as pessoas gostariam de ver na Alcateia.
Tivemos várias sugestões, mas duas foram as mais votadas, originando uma espécie de duelo.
E eis o resultado desse duelo:
Pois é. A enquete ficou rigorosamente empatada e acabou que tive que escolher o assunto de qualquer forma.
E escolhi o segundo tema.
Fiz isso não porque não adoro criatividade, mas apenas porque o outro tema estava melhor definido. Afinal, falar sobre criatividade abre uma ampla gama de possibilidades - e de certa forma a gente já fala e vai falar muito mais sobre isso ainda.
Então, meu caro amigo ou amigo, o que tenho pra te falar sobre isso de escolher ficar bem por si mesmo antes de querer que alguém nos ajude?
Uma coisinha ou outra.
Se você está aqui há algum tempo então já me viu falar sobre os desafios que encontrei ao somar pandemia, chegada do segundo filho e aumento da carga de trabalho alguns meses atrás.
Passei por poucas e boas e me senti mal. Mal de verdade.
Eu não costumo me queixar da vida por aqui, então pode saber que quando digo que a coisa estava preta, é porque estava mesmo.
Enfim, eu estava ranzinza, bravo, estressado e amargurado… e como resultado joguei minhas frustrações no mundo.
Eu não tinha tempo, energia, atenção e colaboração por alguma culpa externa. Sempre externa.
Eram os clientes que não me passavam as informações certas sobre os trabalhos. Era minha esposa que nem me ouvia direito. Eram meus filhos que não colaboravam com a minha agenda. Você sabe como é…
Eu queria que algo de fora resolvesse meus problemas.
Eu queria que as pessoas me ajudassem, mas eu mesmo não estava me ajudando.
Só depois que eu entendi que EU precisava fazer algo a respeito foi que a situação começou de fato a se reverter.
Eu tratei de olhar pra dentro e escrever constantemente em um diário.
A partir disso eu identifiquei alguns problemas e enxerguei os caminhos para solucioná-los.
Eu entendi que não resolveria essas questões sozinho e pedi ajuda. E aí recebi ajuda.
Mas perceba que a ajuda só veio depois que eu estava preparado para recebê-la. Não antes.
Afinal, é impossível ajudar quem não quer ser ajudado.
Para melhorar mesmo, antes eu tinha que estar disposto a isso. Estar disposto a mudar certas coisas, aceitar outras e trabalhar para fazer acontecer.
Hoje tudo está bem, mas a experiência foi uma lição sobre humildade, limites e reflexão sobre a vida.
E essa reflexão me levou a fazer uma comparação com a figura dos Heróis nas histórias que amamos.
O herói é alguém que assume a responsabilidade nas próprias mãos e que enfrenta as adversidades. Ao longo de sua jornada, ele transforma não apenas a si mesmo, mas também a sociedade em que está inserido por meio de suas ações.
O herói não fica esperando alguém vir salvá-lo. Ele não fica reclamando e dizendo “ei, porque o meu vizinho não vai lá jogar essa porcaria de anel mágico na Montanha da Perdição?”. Não. Ele decide tomar uma atitude.
E sabe o que acontece quando ele decide agir em prol do bem? Quando ele dá os primeiros passos para melhorar alguma situação?
A ajuda aparece. Ele encontra mentores, amigos, amantes e aliados. Mas só depois que ele dá os primeiros passos por conta própria.
Então, se tem uma coisa que podemos aprender com as clássicas narrativas da humanidade, é que nos momentos mais dramáticos da nossa vida, vamos precisar olhar para os heróis e fazer como eles.
Vamos precisar de coragem, de sacrifícios e, sim, de ajuda.
Mas antes disso vamos precisar ajudar a nós mesmos. Vamos precisar ser heróis de nós mesmos, engolir as reclamações e o orgulho e aí fazer o que é preciso: agir.
Então, se estiver passando por um mal momento, tenha calma, respire fundo, sacrifique o que tiver que sacrificar e seja, você mesmo, o herói que você precisa. Dê o primeiro passo para salvar a si mesmo.
Depois a ajuda virá.
Acredite, o seu esforço vai tocar as pessoas certas e a ajuda virá.
Abraço e continue criando.
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