Saudações lupinas,
Hoje vamos falar sobre isso de ser um lobo solitário e sobre como eu aprendi que não devemos nos esconder desse fato.
Afinal, ser do seu próprio jeito não é uma falha que precisa ser corrigida.
É apenas uma característica que precisa ser compreendida e então usada da melhor forma possível.
Mas deixa eu explicar com uma história que vai fazer mais sentido…
Recentemente fui convidado por um amigo a participar de uma imersão de negócios.
Era um evento que duraria o dia todo, percorreria diversos locais da cidade e envolveria muito network - algo que, como introvertido que sou, não me agrada.
Mas eu resolvi sair da zona de conforto e lá fui eu.
O evento foi bem interessante. Aprendi bastante coisa ouvindo as experiências e histórias dos outros, mas uma coisa ficou evidente muito rápido:
Todos ali eram extrovertidos.
Todos tinham uma sistema operacional diferente do meu.
Eu realmente era um lobo solitário no meio daquela galera.
Ao final do dia, lá por 22h, eu já estava exausto de tanta interação social, mas veio a parte mais desafiadora: fazer um rápido pitch de improviso sobre mim e sobre o meu negócio.
Eu não estava pronto pra isso e minha mente já não funcionava muito bem, então acabei falando algo mais genérico e seguro - ou seja, algo completamente sem graça.
Eu tive uma vontade muito grande de falar que o meu lance era trabalhar com introvertidos ou com amantes de histórias, potencializando as características naturais da personalidade dessas pessoas.
Mas eu me acovardei.
Eu pensei:
Cara, ninguém aqui é introvertido, é uma besteira eu falar desse posicionamento.
Então eu não falei. E me arrependi.
De fato, todo mundo ali era extrovertido. Ou quase todo mundo.
Já no final das apresentações a esposa de um grande empreendedor [e que nem estava de fato na imersão, mas apenas acompanhando o marido] contou sobre suas dificuldades por ser introvertida e não gostar de se expor.
Ali eu vi que, se eu tivesse sido eu mesmo, eu teria gerado uma conexão genuína, pois certamente ela ia lembrar do meu pitch.
O que eu entendi?
Que é melhor ser um lobo solitário autêntico do que fingir ser apenas mais um do bando.
Um lobo solitário pode visitar outros grupos.
Ele pode ter parcerias momentâneas.
Ele pode até se reunir com outros lobos solitários [que é o que fazemos aqui].
Mas ele não pode deixar de ser quem é.
Não é bom nem pra cabeça, nem pro coração e nem pros negócios.
Então, o meu aprendizado da vez é:
Adapte-se às necessidades, mas parta SEMPRE do mais importante - da sua verdade interior.
Um coletivo de lobos solitários
Essa experiência, o tempo forçado de reflexão e meus projetos mais recentes também me fizeram entender algo que estava me incomodando há tempos…
A real natureza da Alcateia.
Sim, porque, conforme nós crescemos, eu estava com uma certa dificuldade de entender qual era a cola que nos unia.
Aqui tem escritores, criativos, pensadores, profissionais que trabalham com a mente e tantos outros.
Em determinado momento eu parei e me questionei sobre a nossa personalidade enquanto grupo.
E foi agora que eu entendi.
Nós não somos uma alcateia tradicional.
Nós não somos todos iguais ou indo todos na mesma direção.
Nós não somos lobos que andam em bando.
Nós somos lobos solitários.
Cada um com um oceano imenso dentro de si. Cada um trilhando o próprio caminho.
Só que esses lobos solitários podem parar de vez em quando e trocar experiências com aqueles que vivem o mesmo estilo de vida.
Afinal, até os solitários precisam uivar com os seus iguais de vez em quando, não é?
Sendo assim, eu concluí que a nossa Alcateia é um coletivo de lobos solitários e mentes não domesticadas que desejam trilhar um caminho próprio.
E esse é um pensamento muito legal e que abre muitas possibilidades, não acha?
É isso aí.
Se quiser falar comigo, deixar sugestões ou dividir algo interessante, é só escrever nos comentários ou responder a este e-mail.
Um abraço e continue criando.
Nano.
P.S. Alguém mandou esse texto pra você? Inscreva-se de graça AQUI.